A próxima reunião de líderes da União Europeia (UE) marcada pra outubro será o “momento da verdade” para as negociações sobre o Brexit, a saída do Reino Unido do bloco, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta quinta-feira (20).
O Brexit foi aprovado em plebiscito em junho de 2016 e marcado para 29 de março de 2019. A primeira-ministra Theresa May costurou um acordo, mas a iniciativa encontra oposição no governo britânico e críticas entre os europeus.
“Todos compartilharam a visão de que embora haja elementos positivos na proposta de Chequers, a estrutura sugerida para a cooperação econômica não irá funcionar, principalmente porque arrisca comprometer o livre comércio”, disse Tusk, após se reunir com líderes da UE na Áustria, fazendo referência à proposta de May.
Os 28 chefes de Estado e de Governo se reúnem nesta quinta em Salzburgo para abordar o tema conflituoso da migração e da proteção das fronteiras, mas também aproveitam para repassar a negociação da separação com o Reino Unido.
“O momento da verdade para as negociações do Brexit será o Conselho Europeu de outubro. Em outubro, esperamos progresso e resultados máximos nas conversas sobre o Brexit”, acrescentou.
Londres e Bruxelas, sede do governo da UE, deveriam alcançar um acordo antes da cúpula de outubro para poder organizar a saída em tempo. O acordo deve estar pronto em novembro para dar tempo de ser ratificado tanto pelo Parlamento britânico quanto pelo europeu. No entanto, a seis meses para a saída, as negociações não avançam, despertando o temor de que não se chegue a um acordo.
Proposta de May
A proposta May prevê conservar uma estreita relação comercial entre Reino Unido e UE após o Brexit.
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Primeira-ministra britânica Theresa May — Foto: File Photo/Reuters
Um dos principais obstáculos nas negociações é a linha divisória entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, um Estado-membro da UE. Londres e Bruxelas se opõem a restabelecer os controles de fronteira nessa área por temerem ameaçar o frágil acordo de paz na Irlanda do Norte, mas divergem sobre como evitá-lo.
A UE apelou a Londres para que desenvolvesse uma solução “backstop”, ou “rede de segurança”, que prevê manter a Irlanda do Norte dentro da união aduaneira e do mercado único europeu e seria aplicada apenas se a negociação não conduzisse a uma solução melhor. O Executivo de May teme, porém, que isso comprometa a integridade territorial do país.
“Se não houver apoio operacional para a Irlanda, não haverá acordo”, disse o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, na semana passada.
Cúpula extra
Nesta quarta, Tusk disse que pedirá uma cúpula extra de líderes da UE em meados de novembro para finalizar um acordo.
May disse nessa semana que não haverá alternativa caso parlamentares britânicos não aprovem seus planos para o pacto com a UE sobre a saída do bloco. “Acho que a alternativa a isso seria não termos um acordo”, disse May em entrevista à emissora britânica BBC.
Um Brexit sem um acordo significaria “custos substanciais” para a economia britânica e é por isso que é “crucial” para Londres entrar em acordo com Bruxelas”, advertiu o Fundo Monetário Internacional (FMI) na segunda-feira em seu relatório anual sobre o Reino Unido.
fonte: G1
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