Confira dicas para identificar o infarto em homens e mulheres
O perfil cardíaco de homens e mulheres tem diferenças anatômicas e funcionais. As artérias femininas são 15% mais estreitas que as masculinas e o coração bate até 10% mais rápido do que nos homens, o que gera um maior desgaste.
“As dores em mulheres geralmente são subvalorizadas pois, antes da menopausa, elas têm menos chance de infarto do que os homens da mesma idade. Atualmente, muitas mulheres fumam, bebem, têm trabalhos estressantes e se exercitam pouco. Usam anticoncepcionais, que associados a outros fatores de risco, como dieta inadequada e sedentarismo, aumentam as chances de trombose e infarto”, explica o cardiologista e coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio HCor, Dr. Leopoldo Piegas.
Também chamado de ataque cardíaco, o infarto acontece quando os vasos sanguíneos, que fornecem sangue ao coração, ficam bloqueados e impedem a chegada de oxigênio suficiente ao órgão. As doenças do coração vitimam 17,3 milhões de pessoas ao redor do mundo todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no Brasil são 300 mil. No Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, a OMS faz um alerta: 80% dos casos de ataques cardíacos e infartos prematuros podem ser evitados se ações preventivas forem adotadas.
Hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo são alguns dos fatores de risco que devem ser evitados e tratados para evitar episódios de infarto ou AVC (popularmente conhecido como derrame). Um controle inadequado pode levar a obstrução das artérias coronárias e mesmo a insuficiência cardíaca. “A pressão alta danifica vasos e artérias e é um dos principais fatores de risco que apresentam sintomas. Cerca de 50% dos brasileiros acima dos 65 anos sofrem do mal, que também afeta 5% das crianças e adolescentes. O colesterol também ganha lugar de destaque nos riscos de doenças cardiovasculares”, explica o cardiologista e coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio HCor, Dr. Leopoldo Piegas.
De acordo com o Ministério da Saúde, a doença afeta 77 milhões de pessoas. “É importante estar atento às taxas de LDL (colesterol ruim) e HDL (bom colesterol). O aumento do mau colesterol e a diminuição do bom colesterol podem provocar problemas de saúde a médio prazo”, esclarece Dr. Piegas.
De acordo com um estudo da American Heart Association, 20% dos ataques cardíacos são silenciosos e descobertos somente depois, quando o paciente realiza exames de rotina. Além de dor no peito e formigamento no braço esquerdo e pescoço, náusea e até vômitos podem indicar um infarto, além de dores nas costas, suor frio e, em casos extremos, o desmaio. “A falta de ar, queimação no estômago sem relação com alimentos e incômodo no peito que aparece após a prática de exercícios e desaparece ao descansar, também são sintomas comuns que podem indicar problemas no coração. É importante lembrar que, quando se trata de doenças do coração, a falta de informação pode ser fatal”, alerta Dr. Piegas, do HCor.
Como identificar o infarto em homens e mulheres: alguns sintomas são clássicos. Outros, no entanto, são singulares e há quem nem desconfie se tratar de um princípio de infarto. Em geral, a dor é um aperto no peito acompanhado de mal-estar. A intensidade da dor pode levar a pessoa a cair no chão e a desmaiar. Neste caso é necessário ir imediatamente para o hospital.
Infarto em homens: em homens a dor do infarto geralmente é percebida como uma pressão no peito. “Não é possível localizar com um dedo. A dor pode ser acompanhada de suor sem estar sentindo calor – o suor frio -, dor nos braços, dor na boca do estômago e até na mandíbula. Tonturas e desmaios durante a dor podem acontecer.
Infarto em mulheres: os sintomas de infarto em mulheres variam mais. As dores podem ser descritas como queimação e pontadas em região do peito.
A prevenção: exercícios físicos e reeducação alimentar compõem a fórmula mais eficaz de reversão dos marcadores negativos que afetam o coração. Quem acredita que está livre da malhação e de refeições equilibradas graças a remédios está enganado. O medicamento controla o problema, mas sozinho tem sua eficácia reduzida. “É essencial também se manter longe de substâncias viciantes, cujos efeitos para a saúde cardíaca podem ser devastadores, como cigarro, álcool, drogas e açúcar. Não abra mão das consultas de rotina. Independentemente da especialidade, o médico deve aferir a pressão arterial, a frequência cardíaca e o peso do paciente”, aconselha Dr. Piegas.
Fonte: noticias ao minuto