Vereador acusado de vários crimes é indicado como candidato a vice em Porto Velho
Quando os eleitores brasileiros acham que já viram de tudo na política, eis que os partidos da base aliada do prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif (PSB), indicaram o vereador Jair Montes (PTC) como possível pré-candidato a vice na chapa a reeleição de Nazif nas eleições deste ano. Montes é acusado de vários crimes graves, entre eles, o suposto assassinato da esposa, ocorrido em 2012, na casa onde moravam, na Capital do estado.
Líder do prefeito na Câmara, Montes foi o principal defensor e aliado direto do prefeito. Além dele, os partidos da base também estudam alianças com o Solidariedade, PSD e várias outras legendas. “Estamos à disposição do prefeito Mauro Nazif para um projeto para as próximas eleições”, disse Jair Montes.
Sujo?
Em setembro de 2013, Jair Montes foi solto após um pedido de habeas corpus da defesa dele. Montes foi preso em julho daquele ano durante a Operação Apocalipse, em Porto Velho.
Montes é apontado pela Polícia Civil como um dos suspeitos de chefiar uma quadrilha que financiava campanhas políticas com dinheiro do tráfico de drogas. Cerca de 80 pessoas, sendo elas outros quatro vereadores, também são investigadas. Após a conclusão do inquérito, o Ministério Público de Rondônia aceitou a denúncia de 50 envolvidos e 80 foram indiciados pela Polícia.
No começo do mesmo mês, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia havia decidido que Montes, Beto Baba e Fernando da Gata seriam transferidos a um presídio federal no Rio Grande do Norte, mas a ordem judicial foi suspensa dois dias depois, após uma indecisão da Justiça Federal do Rio Grande do Norte quanto à admissão dos presos no sistema federal.
Mais Apocalipse
Segundo as investigações, o esquema da quadrilha financiava campanhas políticas e captava recursos por meio de lavagem de dinheiro. Em troca, os benefícios estavam relacionados a nomeação de funcionários fantasmas.
A operação cumpriu 229 medidas cautelares, entre mandados de busca e apreensão, prisões preventivas e indisponibilidade de bens, gerando ao todo 54 prisões de vereadores, deputados, empresários e funcionários fantasmas.
A ação criminosa movimentou cerca de R$ 80 milhões em nove estados, deste total, em Rondônia, a quadrilha contrabandeou aproximadamente R$ 33 milhões, com um patrimônio que inclui 200 carros, imóveis e cotas em empresas.
Morte da esposa
A dona de casa Maria Eliane dos Reis Soares, a falecida mulher do vereador Jair Montes, morreu de falência múltipla dos órgãos, choque séptico (infecção generalizada), abscesso no glúteo esquerdo, osteomielite, insuficiência renal aguda dialítica e insuficiência respiratória. O óbito foi atestado pela médica Myrna Mendonça de Araújo, que não indicou envenenamento.
Em depoimento à Polícia, Maria Eliane disse suspeitar que estava sendo envenenada aos poucos. O veneno seria colocado em sua comida.
Jair Montes ficou quase três meses preso por conta da Operação Apocalipse que prendeu uma suposta quadrilha especializada em narcotráfico e estelionato. A polícia apontou o vereador de Porto Velho como um dos líderes do bando. O secretário de Segurança Pública à época, Marcelo Bessa, levantou a hipótese de exumação do corpo de Eliane para novos exames.
Eliane prestou depoimento à polícia e incriminou o marido. Ela disse que Jair Montes traficava drogas e que chegou a guardar entorpecente no forro da casa.
Prontuários médicos de Eliane, juntados pela defesa de Jair Montes e anexados ao pedido de habeas corpus, mostram que a mulher vivia consumida pelo ciúme do marido, que teria uma amante. Um site de notícias de Porto Velho apurou que esta amásia seria uma jornalista que já trabalhou com um ex-presidente da Asssembleia Legislativa de Rondônia e, assim como a mulher de Jair, é evangélica.
De acordo com declarações da própria Eliane, registradas nos prontuários, sua vida com o marido era um verdadeiro inferno na terra por conta da existência desta amante.
Adventista, Eliane disse que a amante chegou a enviar uma carta para ela relatando as intimidades sexuais com o vereador, o que a deixou ainda mais abalada.
Para agravar seu quadro psiquiátrico, ela sofreu sequestro e um roubo. Nos dois episódios, sofreu violência, chegando a ficar amarrada. Os bandidos a espancaram nas duas ocasiões, segundo Maria Eliane.
Depressão
Apresentando um quadro de depressão profunda, a mulher do vereador disse que sofria de alucinações visuais e auditivas, ou seja, via e ouvia “coisas”.
Fonte:RONDONIAVIP