Três deputados de Rondônia contrários à extinção de privilégios e votam contra a reforma da previdência
Mariana Carvalho, Expedito Netto e até Lúcio Mosquini, que é do próprio PMDB, já declararam votos contrários a reforma da previdência, que segundo a campanha do Governo Federal a reforma tem como objeto extinguir privilégios no setor
Um levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo nesta semana apontou que Mariana Carvalho (PSDB), Expedito Netto (PSD) e até Lúcio Mosquini, que é do próprio partido do presidente Michel Temer (PMDB) já declararam votos contrários a reforma da previdência.
A reforma da previdência busca mais igualdade entre os brasileiros e fazer que políticos, juízes e altos funcionários do serviço público passem a seguir regras semelhantes às dos trabalhadores da iniciativa privada.
Até o momento, as lideranças da base aliada do governo Temer contabilizam 270 votos favoráveis a reforma no sistema previdenciário brasileiro, que há anos, apresenta déficit de dezenas de bilhões de reais. Seriam necessários, no mínimo, 308 votos para fazer a mudança geral. Os recursos pagam vencimentos de milhares de reais a um pequeno grupo de privilegiados, enquanto a grande maioria dos brasileiros tem que se contentar com pouco mais de um salário mínimo de “benefício”.
Mariana Carvalho, inclusive, está seguindo orientação contrária do recém-eleito presidente nacional do PSDB no sábado (09), governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele anunciou que a legenda é favorável à reforma da previdência. Por meio de sua assessoria de comunicação, Mariana apontou que é a favor de temas que beneficiem a população em geral. Já Lúcio Mosquini não se manifestou e a assessoria de comunicação de Expedito Netto não foi encontrada.
O mesmo levantamento do “Estadão” aponta que o único que se declarou favorável foi Nilton Capixaba (PTB). Já Lindomar Garçon (PRB) e Luiz Cláudio (PR) estariam indecisos. Marinha Raupp (PMDB) não foi encontrada e Marcos Rogério (DEM) não quis responder aos questionamentos do jornal.
Rombo
Segundo o Ministério da Fazenda e economistas que defendem as mudanças, as despesas do INSS estão em torno de 8% do PIB e, se nada for feito, as projeções para 2060 apontam que o percentual deve chegar a 18%, índice que inviabilizaria a Previdência.
No ano passado, o déficit do RGPS (coberto com recursos da Seguridade Social – da qual a Previdência faz parte) chegou perto de R$ 150 bilhões. A despesa cresce mais se forem adicionados os benefícios pagos aos servidores públicos da União, estados e municípios. Em 2016, somente o déficit do Regime Próprio dos Servidores da União (civis e militares) passou de R$ 77 bilhões.
Medo
Segundo o cientista político Luís Carlos Rodrigues, em conversa com o Rondôniavip, muitos deputados federais e senadores estão com medo das eleições de 2018. “O que a gente vê é a oposição, que era governo até dia desses, se aproveitando da falta de informação da população para criar um terror. Daí, os deputados indecisos da base aliada estão com medo das eleições do ano que vem. Em muitos estados, os eleitores têm grande rejeição à reforma da previdência. Então, nas negociações entre o governo Temer e esses mais de 100 indecisos, esse é o ponto que mais causa divergência entre os aliados”, encerrou ele.
Fonte:RONDÔNIAVIP