Visão de Fato – 01 de Agosto de 2024
Por que o “grande democrata” Lula ama ditadores
Por Paulo Polzonoff Jr.
Lula não está tendo uma semana das mais fáceis. De um lado, seu parça assassino Nicolás Maduro se agarra pateticamente ao poder e massacra os venezuelanos na esperança de não ter um fim como o de Mussolini ou Ceaușescu. De outro, seu também parça e também assassino do Hamas, Ismail Haniyeh, foi devidamente neutralizado em Teerã, depois de participar de um festerê de canalhas que contou com a presença do vice Geraldo Alckmin. Que fase!
A única boa notícia para Lula neste momento é que a Janja está bem longe, passeando lá em Paris, e gastando o dinheiro que o ministro Taxad tanto se esforça para tirar da gente, e não enchendo o saco presidencial com suas demandas de DCE. Assim, em meio a tantas más notícias, ao menos Lula pode tomar sua cachacinha em paz, na companhia daquela gente tão repugnante quanto ele, como o anão diplomático e moral Celso Amorim.
Diante desse cenário caótico, que inunda de temor, quando não de nojo, a alma do brasileiro decente (sim, ele existe e provavelmente está lendo este texto), e diante do improvável prejuízo eleitoral e biográfico desse amor de Lula por ditadores, um ou outro incauto tem me perguntado o quê, Paulo, o que é que explica esse amor do grande democrata Lula por tiranos de toda sorte?! Me explica, por favor, homem de Deus!
A explicação ao petista distraído, aquele que se deixou contaminar pelo antibolsonarismo psicótico a ponto de se orgulhar de assinar a tal da cartinha pela democracia antes de lacrar o 13 na urna em 2022, é bem simples: você foi enganado. Ou melhor, você se deixou enganar, provavelmente porque apoiar Lula naquele momento lhe dava ganhos emocionais. Afinal, é disso que se trata a política hoje em dia: emoção, e não ideias ou projeto de país ou qualquer coisa do tipo. Agora güenta, como diz o outro, tirando um trema do fundo do baú.
Lula nunca foi democrata. Por outra, sempre foi um democrata de ocasião. Ele começou a usar essa máscara ainda nos anos 1970, para firmar oposição à ditadura militar. Depois, de 1989 em diante, com a queda do Muro de Berlim e de todos os regimes comunistas tirânicos do Leste Europeu, tornou-se praticamente impossível para o fantoche comunista Lula não fingir admiração pela democracia liberal, com sua promessa de garantir que “a vontade do povo” seria para sempre respeitada.
As gerações se sucedem e se esquecem das torneiras de ouro do ditador Erich Honecker, da Alemanha Oriental. As pessoas se acostumaram a todo tipo de conforto e passaram a dar de ombros para bens imateriais valiosíssimos como a liberdade. Aí, meu amigo, o Lula percebeu que não precisava mais fingir. Até porque já havia toda uma máquina de propaganda montada para retratar o outro (sempre o outro) como uma ameaça real à democracia.
E foi assim que chegamos ao estágio atual, em que um Lula livre, leve e solto pelo STF pode se dar ao luxo (não, Janja, não é desse tipo de luxo; pode voltar a passear por Paris) de declarar seu amor incondicional a canalhas evidentes como Maduro, Ismail Haniyeh, Vladimir Putin, Daniel Ortega, Xi Jinping e tantos outros.
Porque não importa mais o que Lula diga ou faça ou dê a entender. Lula tem salvo-conduto para ser Lula por inteiro: um líder popular que despreza o povo e que foi eleito daquele jeito que sabemos; que governa com o apoio de um Congresso vendido e um Judiciário ideologicamente comprometido; e que sabe que sempre poderá contar com a imprensa cooptada para carimbá-lo com o selo de Grande Democrata. Um Lula que navega com desenvoltura por esta grande farsa em que se transformou aquilo que inocentemente chamávamos de democracia.
“Entendeu? Que, no entanto, continua com aquele ar apalermado e temeroso. Percebemos que é preciso encerrar a conversa num tom otimista e por isso que a nossa sorte, a nossa sorte é que Lula está velho e cansado demais para ser o ditador que um dia ele sonhou ser. Mas não se engane: se um dia a coisa apertar, apertar mesmo, Lula jamais repetirá o erro de se deixar trancafiar numa cela de luxo na sede da Polícia Federal em Curitiba. De jeito nenhum.
Se a coisa apertar mesmo, aí veremos que o amor de Lula e do PT por ditadores vai muito além dos abraços, das doces palavras e das vergonhosas notas de apoio. Porque no fundo a vida política de Lula é um aprendizado, regado a Romanée-Conti, para o caso de chegarmos a este momento que (toc, toc, toc) tomara que não chegue nunca: o momento em que, emparedado e tendo de sobreviver, o personagem tirará a máscara que ainda engana os tolos para mostrar sua verdadeira face. Uma face não autoritária, e sim totalitária.