Tite elenca justificativas para ano ruim do Flamengo e confia no scout para 2024

– Objetivo alcançado. Performance do jogo: o primeiro tempo teve bem abaixo, o coletivo esteve abaixo, todo o contexto. No futebol quando a gente pega um detalhe só, a gente é simplista para não dizer que falta um pouco de inteligência para uma análise porque é contextual. Ela é tática, é técnica, é física e é emocional. Esteve abaixo. São Paulo foi melhor no primeiro tempo e mereceu o placar.

– No segundo tempo, equilibrou, buscou mais, foi insuficiente para buscar o placar. Queríamos uma classificação, sim, mas poderia ter uma performance dos dois tempos iguais à do segundo.

Questionado sobre o que pode dizer à torcida do Flamengo para 2024, Tite evitou promessas e afirmou que “assegurar títulos é demagogia”.

– Ao torcedor todo nosso empenho leal em cima dos aspectos táticos de todo o conhecimento que eu possa ter e que nós tenhamos; físicos de todo um departamento físico e de fisiologia, que já tem; técnicos da qualidade dos atletas; e emocional para as responsabilidades e para as projeções de títulos que o Flamengo precisa. Esse trabalho eu prometo com essa dignidade e transparência que ao longo da minha vida olho para trás e coloco. Falo de forma orgulhosa isso.

– Assegurar título eu não vou porque é demagogia, é querer fazer um carinho. Mas que vamos trabalhar todo o possível nesses itens você pode me cobrar. Isso pode me cobrar, pode ter certeza. Isso é no dia a dia.

Questionado sobre o planejamento para 2024, Tite disse que jogadores já eram prospectados pelo Flamengo antes mesmo de sua chegada. Por outro lado, afirmou que estar no clube já desde outubro lhe permitirá fazer uma avaliação mais criteriosa para a montagem do elenco.

– Flamengo tem um departamento de scout que, independente de comissão técnica, avalia e busca atletas para todas as posições. Fiz uma reconsideração profissional chegando no final do ano. Disse que só ia trabalhar no outro ano. Entendi que o projeto do Flamengo e que esses dois meses seriam muito importantes. Nós e a comissão entendemos que seria muito mais importante. Buscamos conjuntamente a qualidade do Flamengo. Isso ia dar oportunidade aos atletas.

– É muito duro ser goleiro, ser solidário ou cooperar. Você sempre está substituindo cinco atletas, mas nunca o goleiro. Com exceção a eles, muito poucos não foram utilizados. E a garotada chegando: tem Rayan, Gustavo e Bahia (Cleiton). Claro que a gente trabalhou, os atletas já sabem qual é a nossa metodologia. Equipe gosta de marcar alto, não é reativo. Flamengo por DNA é assim. Flamengo parte agora para buscar a qualificação de forma mais decidida.

– Projeção de equipe começa a partir de agora. De interesses de atletas, de interesses do clube. Uma série de aspectos que são estruturais e da própria organização. A partir de agora e das performances que se determina.

O Flamengo é dependente de boas atuações de Arrascaeta?

– Não pode e não é porque tem grandes jogadores. Tem Gerson, tem Luiz Araújo, tem Cebolinha, tem Pedro. Tem opções, tem laterais, tem bola parada ofensiva. É uma visão botando um peso demais em cima dele.

Filipe Luís disse que a culpa pelo ano é só dos jogadores. Qual foi o maior erro do time no ano?

– Se eu tivesse a resposta, eu não diria publicamente. Entendo que o profissional deva acertar a portas fechadas. Com todo respeito ao Filipe Luís, ele trouxe uma situação que não é só dele. Fica muito simplista. É atleta e comissão técnica, é atleta e direção, é atleta e relação com a torcida. Perdemos para o Atlético-MG, e o carinho foi surreal. Eu não tinha presenciado. Esse conjunto da obra que te leva a ser campeão ou perder.

Já começou a debater reforços?

– Flamengo tem um departamento de scout que, independente de comissão técnica, avalia e busca atletas para todas as posições. Qual era o objetivo? Classificação direta para a Libertadores. Claro que queria uma performance do que a do primeiro tempo. Mas não posso deixar de destacar a recuperação e a retomada com 60% de aproveitamento nesses 12 jogos. E jogando com cinco equipes do G-7. Só não pegamos o Botafogo. O grau de dificuldade tenho que enaltecer. A performance do primeiro tempo foi ruim, tem que competir mais. Não pode levar três em qualquer lugar, sim. Mas também tenho que enaltecer o outro lado. É 61%. Uma equipe que jogou 76 jogos durante o ano.

Calendário complicado

– Foram 76 jogos. Você sabe quantos jogos com intervalo de dois dias essa equipe jogou? Trinta e cinco jogos. Falando como professor de educação física, é impossível. Tem que ter um calendário melhor. Não é só para o Flamengo. É para o São Paulo, é para o Fluminense. Eu sei que o técnico ganha muito e que os atletas ganham muito em relação a uma realidade social e de um aspecto de igualdade social. Não estou falando de dinheiro ou valorização financeira, estou falando de contexto humano. Você é exigido de alta performance, então é difícil. E o atleta tem que ter performance, tem que ganhar…

– Dá para melhorar. Estive na Seleção por seis anos e hoje tenho um pouquinho de experiência para falar. Sei que é preciso ter número de jogos para se ter receita. Mas há outros fatos que existem para que o espetáculo seja melhor. O São Paulo, que nos venceu e foi melhor, foi campeão da Copa do Brasil, mas terminou no 10º lugar. Veja como esse campeonato é difícil. O técnico ganha muito, mas teve dia que eu não dormi. Foram três jogos em seis dias. Pela responsabilidade, pela grandeza. Não é justificativa para o resultado de derrota.

Importância de começar o ano à frente do time do Flamengo

– Fiz uma reconsideração profissional chegando no final do ano. Disse que só ia trabalhar no outro ano. Entendi que o projeto do Flamengo e que esses dois meses seriam muito importantes. Nós e a comissão entendemos que seria muito mais importante. Buscamos conjuntamente a qualidade do Flamengo. Isso ia dar oportunidade aos atletas.

– É muito duro ser goleiro, ser solidário ou cooperar. Você sempre está substituindo cinco atletas, mas nunca o goleiro. Com exceção a eles, muito poucos não foram utilizados.

– E a garotada: tem Rayan, Gustavo, Bahia. Claro que a gente trabalhou, os atletas já sabem qual é a nossa metodologia. Equipe gosta de marcar alto, não é reativo. Flamengo por DNA é assim. Flamengo parte agora para buscar a qualificação de forma mais decidida.