Delação da Odebrecht: Cassol e Raupp são suspeitos de receber dinheiro da usina de Santo Antônio .
O senador Ivo Cassol (PP-RO) é investigado em inquérito autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ivo Narciso Cassol será investigado junto com João Carlos Gonçalves Ribeiro, secretário de Planejamento de Rondônia da sua gestão.
A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Fachin autorizou inquéritos para investigar 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores.
Segundo o Ministério Público, o delator Henrique Serrano do Prado Valladares, da Odebrecht, diz ter pago “vantagem indevida em favor de Ivo Cassol”, então governador de Rondônia, como a João Carlos Gonçalves Ribeiro, à época secretário de Planejamento do estado.
O delator afirma ter repassado R$ 2 milhões a Cassol e R$ 1 milhão a Ribeiro por “favorecimento nos procedimentos administrativos” referentes à execução das obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio.
Os pagamentos foram implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, mais conhecido como “setor de propinas” da empreiteira, e eles foram identificados pelos apelidos de “Maçaranduba” e “Dallas”, respectivamente.
Segundo a PGR, há “a existência de fatos que, em tese, amoldam-se às figuras típicas contidas” nos artigos 317 e 333 do Código Penal (corrupção passiva e ativa) e e no artigo 1° da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro).
Em nota, a defesa do ex-governador Ivo Cassol (PP-RO) diz que “o senador afirma que sempre foi contra a isenção de impostos das usinas de Jirau e Santo Antônio desde 2011 e que vai aguardar”. Cassol afirmou: “Mas eu posso dizer que para as usinas ou para a campanha, eu não sei, se é algo do partido a nível nacional. Não tenho conhecimento do que é o inquérito, então, por enquanto, eu não sei. Foi citado meu nome e eu só sei que eu peitei e não demos isenção de imposto aí.”
Já o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), ex-presidente nacional do partido, é investigado em inquérito autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Fachin autorizou inquéritos para investigar 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores.
Valdir Raupp de Matos é suspeito de receber dinheiro devido à execução das obras da Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira. Segundo ex-executivos da Odebrecht Henrique Serrano do Prado Valladares e Augusto Roque Dias Fernandes Filho, houve “pagamento de vantagens indevidas em favor de funcionários de Furnas, especialmente Márcio Porto (Diretor de Construção) e Mário Márcio Hogar (Diretor de Engenharia)”.
Ainda segundo os delatores, o Grupo Odebrecht e a Construtora Andrade Gutierrez assumiram o compromisso de pagar até R$ 20 milhões, “conforme a necessidade”, e um dos destinatários era o senador Valdir Raupp.
Os pagamentos foram implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como “setor de propinas” da empreiteira, e os citados receberam os apelidos de “Flamenguista” (Mário Porto), “Tricolor” (Mário Márcio) e “Alemão” (Valdir Raupp).
Segundo a PGR, “as condutas descritas amoldam-se, em tese, às figuras típicas contidas” nos artigos 317 e 333 do Código Penal (corrupção passiva e ativa) e e no artigo 1° da Lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro).
Em nota, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) afirmou que “recebeu com tranquilidade a sua citação na lista do ministro Fachin publicada no dia de hoje, baseada em declarações de delatores que no desespero falam e ninguém pode impedir”. “Este será o momento que o senador terá para provar que as doações legais destinadas ao Partido foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.”
Fonte: G1