Inter já teria provas de que CBF errou no caso Victor Ramos
A luta do Internacional para garantir sua permanência na Série A do Brasileiro ganhou fôlego nos últimos dias. O clube recebeu documentos que comprovariam erros da CBF no processo de transferência do zagueiro Victor Ramos, do Monterrey, do México para o Palmeiras e, meses depois, para o Vitória. A intenção dos gaúchos é mostrar que o atleta teria atuado irregularmente em várias partidas pelo time baiano em 2016, o que poderia acarretar na perda de pontos da equipe no Campeonato Brasileiro.
Com isso, a diretoria do Inter acredita que a CBF seria obrigada a mantê-lo na elite na edição 2017 do Brasileiro, rebaixando o Vitória. A competição começa em maio.
Os documentos que chegaram ao presidente do Inter, Marcelo Feijó de Medeiros, e também ao diretor-jurídico do clube, Gustavo Juchem, foram apresentados à reportagem do Terra, sob condição de não serem publicados. Quem os conseguiu conhece a fundo o funcionamento do Departamento de Registro e Transferência da CBF, de onde os papeis foram obtidos.
Rebaixado em campo, o Inter tenta virar o jogo no tapetão e espera julgamento do Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, para saber o que vai fazer em 2017. Os novos documentos já foram anexados ao processo.
O clube sustenta que as normas do Transfer Matching System (TMS), que regulamenta as transferências internacionais de futebol, não foram cumpridas.
Entre outros equívocos no caso, a CBF teria omitido referência ao Monterrey ao vincular o atleta ao Palmeiras, por empréstimo, em 20 de janeiro de 2015. Quando do encerramento desse contrato com Victor Ramos, em 31 de dezembro de 2015, a CBF não publicou a situação do atleta no BID (Boletim Informativo Diário) e não procedeu à volta do vínculo do zagueiro ao México.
Na sequência, a CBF registrou a situação do jogador em seu sistema somente em 16 de março de 2016, sem publicação no seu site. Essa medida deveria ter sido tomada durante a janela de transferência do futebol mexicano, que se encerrou no ano passado em 1 de fevereiro.
Problemas com registro e transferências da CBF ocuparam várias páginas do relatório paralelo da CPI do Futebol no Senado, encerrada ano passado. Segundo a investigação, há indícios de vários crimes no departamento. Por isso, a sugestão do senador Romário (PSB-RJ) para que o Ministério Público Federal entrasse no caso.
A CBF nega irregularidade ou atos ilícitos no setor.