Portela é a campeã do carnaval 2017 do Rio após 33 anos de jejum
rtela quebrou um jejum de 33 anos e é a grande campeã do carnaval do Rio de 2017. No segundo ano com o carnavalesco Paulo Barros, a escola de Madureira desfilou na avenida as lendas dos rios. Agora com 22 títulos, a Portela é a escola que mais vezes foi campeã. A Mocidade ficou em segundo lugar.
O G1 acompanhou ao vivo a apuração das notas, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (1º), diretamente da Marquês de Sapucaí. Veja aqui.
Ficaram em último lugar a Unidos da Tijuca e a Paraíso de Tuiuti, mas a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) decidiu não rebaixar nenhuma escola este ano por causa dos acidentes que ocorreram com carros das duas escolas no sambódromo.
Fim do jejum
“Acabou o jejum, não se fala mais nisso. Estamos aqui para cultivar as raízes do samba, formar novos compositores, crianças”, disse o presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães, sobre o fim do período sem títulos para a escola.
“Nós merecemos muito, nós trabalhamos muito, nós somos a que merece mais […] O carnaval precisa da Portela, a cultura brasileira precisa da Portela”, afirmou. “A vítória não é só da Portela, é de todas as escolas que precisam defender a bandeira do samba.”
Com a vitória, Paulo Barros conquistou o seu 4º título pelo Grupo Especial. Antes, ele tinha sido tricampeão pela Unidos da Tijuca (2010, 2012 e 2014) e campeão da Série A pela Estácio de Sá (2006). No ano passado, em sua estreia em Madureira, a Portela ficou em 3º lugar.
A última vez que a Portela ganhou sozinha o carnaval foi em 1970, com o enredo “Lendas e Mistérios da Amazônia”. Em 1980, três escolas dividiram o campeonato: Portela, Beija-flor e Imperatriz. Em 1984, ela dividiu o título com a Mangueira.
Desfile
A Portela foi a penúltima escola a pisar na Marquês de Sapucaí e fez um desfile sobre as lendas dos rios: Iara, Boiúna, cobra-grande, boto cor de rosa e deuses deram as caras na avenida.
A escola de Madureira começou falando das nascentes e de como os rios foram dando início a povoados, aldeias e civilizações. O clássico de Paulinho da Viola, “Foi um rio que passou em minha vida”, também fez parte do enredo.
Carros e fantasias jogaram água na Sapucaí. A comissão de frente representou uma piracema, com componentes vestidos de peixe e nadando em direção à nascente. Uma das alas era de “crocodilos” que rastejaram na avenida. O quarto carro trocou o azul das águas pelo marrom, para lembrar como ficou o Rio Doce após o desastre ambiental de Mariana (MG).
A águia, símbolo da escola, veio no tradicional abre-alas. Imponente, ela parecia tomar conta de uma fonte e borrifava água.
Desfilaram pela Portela 3,4 mil componentes em 31 alas. O carro abre-alas mostrou a “Fonte da vida”, com uma mensagem de preservação das matas em torno das nascentes.
O segundo carro fez uma homenagem ao Rio Nilo, o mais extenso do mundo. Outro famoso rio, o americano Mississipi, foi lembrado em uma ala que botou um pouco de blues no desfile. Mas foi com samba, é claro, que a escola arrancou gritos de “É campeã!” no setor 1 da Sapucaí.
Fonte: gshow