Canadense de 85 anos faz maratona abaixo de 4h e vira caso para estudo
Artigo do “The New York Times” mostra como cientistas detectaram a condição excepcional do atleta Ed Whitlock, que possui aptidão aeróbica fora do comum.
Qual seria o limite de idade para completar uma maratona? O canadense Ed Whitlock parece ser capaz de derrubar qualquer previsão. Um longo artigo publicado na semana passada no “The New York Times” relatou a história deste corredor de 85 anos. Ele se tornou o único homem com mais de 85 a correr uma prova de 42km em menos de quatro horas (total de 3h56m34s). Realizado em Toronto, no Canadá, esse feito chamou a atenção de cientistas, que decidiram investigar o caso.
Com relação ao seu treinamento ele sempre o fez sozinho e sem nenhuma orientação especial. Se limitando a correr, por prazer, longas distâncias sem preocupação com ritmo de corrida ou distância percorrida. O que deixou os cientistas perplexos foram os resultados dos testes que Ed Whitlock realizou na Universidade de McGill, em Montreal, no Canadá. Entre vários, dois deles mostraram resultados que explicam a condição excepcional deste corredor.
Foi mensurado seu consumo máximo de oxigênio (VO2 máx), que é o parâmetro mais importante para um corredor, representando a capacidade do corpo de consumir oxigênio. Este índice reflete a competência de produção de energia aeróbica e quanto mais alto melhor aptidão aeróbica proporciona. Um maratonista de elite apresenta na faixa dos 30 anos um valor em torno de 75 a 80 mililitros por quilo de peso por minuto para o VO2 máx. Um jovem sedentário em torno de 35, e um indivíduo jovem bem treinado deve se sentir satisfeito se chegar aos 50 de VO2 máx.
O VO2 max de Ed é de 54 mililitros por quilo por minuto, índice semelhante ao de um jogador profissional de futebol no auge da carreira! Outra informação científica que chamou a atenção foi o número de unidades motoras de Ed, indicador de massa muscular. Um indivíduo da idade dele deveria ter perdido cerca de 60% de suas unidades motoras. Os cientistas se surpreenderam quando constaram que ele preserva cerca de 70% das unidades motoras aos 85 anos.
O que explica tudo isso? Certamente dois fatores fundamentais: uma vida inteira dedicada à prática de exercícios e uma genética excepcional. Ele mesmo refere que tem “a longevidade nos genes”. Quando perguntado por que continuava a correr, ele respondeu que o verdadeiro sentimento de prazer é perceber que cruzou a linha de chegada e se saiu bem!
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
Fonte: globoesporte por Turíbio Barros