Saída de servidor provoca mudança na divulgação dos números da pandemia em SC | Raphael Faraco | NSC Total

Saída de servidor provoca mudança na divulgação dos números da pandemia em SC | Raphael Faraco | NSC Total

Quem se acostumou a acompanhar os boletins diários sobre a Covid-19 no Estado certamente percebeu. Desde o dia 3 de abril, logo depois da troca no Governo, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) excluiu o formato de divulgação dos dados em PDF. Era um modelo mais didático, bem resumido e de fácil compreensão.   

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A coluna apurou que a saída de um servidor da Comunicação do Governo (Secom) provocou a mudança. Há um ano, era ele o responsável pelos boletins em PDF, criados justamente para melhorar a transprência durante a pandemia. Só que em 29 de março, um dia antes da posse de Daniela Reinehr, o funcionário enviou um e-mail à Secom e à SES pedindo a exoneração do cargo. E informou que estava à disposição para auxiliar na “transição das tarefas” exercidas por ele até a sexta-feira seguinte, dia 2 de abril. Não houve transição, não houve contato e se quer uma resposta ao e-mail. 

Por falta de alguém que domine a técnica ou de vontade para dar sequência ao projeto, o fato é que a novidade provocou reclamações.

Repercussão no Twitter
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Em nota, a UFSC também reclamou da mudança na divulgação dos dados.

A pandemia da Covid-19 teve o primeiro caso registrado em Santa Catarina (SC) no dia 12.03.2021. Em função disso, a partir do mês de abril do mesmo ano a Secretaria Estadual da Saúde (SES) passou a divulgar diariamente o Boletim Epidemiológico, instrumento que sofreu diversos aprimoramentos ao longo do tempo e acabou se transformando na principal fonte de informação sobre a evolução da doença no estado, inclusive sem nenhuma interrupção de circulação entre o início de abril de 2020 e a última data publicada (02.04.2021). A partir desses boletins o NECAT-UFSC construiu uma série de indicadores que apontavam as principais tendências semanais da Covid-19 em SC.

Porém, a partir do dia 02.04.2021 esses boletins deixaram de ser divulgados da forma completa como vinha ocorrendo até então, causando implicações diretas sobre séries estatísticas que foram sendo construídas e analisadas ao longo do primeiro ano de pandemia.

A Universidade ainda completou dizendo que “está ficando evidente que a nova formatação dos Boletins Epidemiológicos da Secretaria Estadual da Saúde do governo de Santa Catarina busca evitar a transparência de um conjunto de informações que poderiam ser extremamente úteis para se fazer uma análise rigorosa da própria gestão da pandemia no estado”. Confira a nota na íntegra.

A insatisfação chegou ao gabinete do deputado estadual Neodi Saretta (PT). Como presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, ele enviou um documento à Secretaria de Estado da Saúde.

— Queremos que seja transparente e rápido. Nem todo mundo tem tempo e é especialista em informática. Se quiserem continuar com este, tudo bem. Mas seria bom voltar com o outro formato também. Quanto mais fácil, melhor — disse o parlamentar, em entrevista ao programa CBN Hub.

Nota oficial

A Secretaria de Estado da Saúde respondeu por nota: 

Santa Catarina continua inovando em ferramentas que possibilitam ampla transparência sobre os dados de Covid-19. A ferramenta criada no website www.coronavirus.sc.gov.br permite amplia pesquisa em doze páginas, com possibilidade de filtros por região e localidade. O mecanismo pode ser acessado na aba transparência painéis casos e óbitos. Tal medida significa, além de uma maior possibilidade de pesquisa por parte do cidadão, na antecipação dos dados em pelo menos uma hora.

Além da ferramenta de casos e óbitos, o catarinense pode consultar a situação de ocupação de leitos em tempo real. Tal consulta pode ser filtrada por município, região e unidade hospitalar. A ferramenta pode ser acessada no link.

A SES passou a divulgar neste mês de abril os dados de pedidos de transferências para leitos de UTI e de enfermaria divididos por macrorregiões e unidades hospitalares. A última inovação é um sistema de busca onde os familiares de pacientes Covid podem consultar a situação do pedido de transferência junto à Central de Regulação. A ferramenta permite total transparência, respeitando a identidade dos pacientes.

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