O senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez duras críticas à maneira pela qual Jair Bolsonaro e sua equipe conduzem o combate à pandemia do cotronavírus. “Bolsonaro quer que o Brasil vire uma câmara de vírus, que leva as pessoas mais vulneráveis e suscetíveis ao vírus à morte”, declarou.
Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (22), Carvalho fez uma analogia entre a atual situação do país e as câmaras de gás do governo nazista, que mataram milhões de pessoas durante a 2ª Guerra Mundial.
O senador sergipano alertou, ainda, para a grave situação que o país se encontra em razão da postura negacionista de Bolsonaro, que menosprezou a dimensão da pandemia, fez campanha contra o uso de máscaras de proteção e outras medidas de segurança reconhecidas pela ciência, inclusive duvidando da eficácia da vacina.
“Hoje, nós temos milhões de pessoas contaminando e contaminadas e vai levar um certo período para reverter isso, se houver ações efetivas do ponto de vista do isolamento social”, disse o parlamentar.
De acordo com o senador, é possível reduzir o impacto da pandemia se houver uma política de vacinação em massa. “O problema é que a imunização depende de ter vacinas e nós negligenciamos a Organização Mundial da Saúde”, acrescentou Carvalho.
O senador também relembrou da proposta que ele levou ao presidente do Senado para que, diante do descaso e da inoperância do governo Bolsonaro, o Brasil solicitasse ajuda internacional.
“Ou mobilizamos o mundo, o Lula fez isso, eu fiz isso no Senado, ou nós pedimos ajuda humanitária para poder ter vacina neste momento ou nós não vamos conter a mortalidade, essa curva de mortes, de óbitos, que nós estamos tendo no Brasil. Então, hoje, a única forma de a gente ter vacina é despertando no mundo a solidariedade por uma ação humanitária”, defendeu.
Segundo o senador, essa ação é possível pois o mundo está olhando para o Brasil porque o país se transformou em um celeiro de novas cepas.
“Imagina se uma dessas cepas sair do controle dos imunizantes que nós temos hoje? O mundo jogou tudo fora. Tudo que foi feito foi jogado fora, todo o investimento foi jogado fora. É óbvio que depois você desenvolve uma vacina para adaptar à variante, mas você tem que vacinar todo mundo de novo. Nós corremos esse risco. Então, é preciso que a gente demande do mundo um olhar”, acrescentou.
Para o senador, o grande problema é que o mundo olha para o Brasil e vê Bolsonaro, um presidente que não está preocupado. “A postura do presidente, a forma como ele se posiciona contra qualquer possibilidade de solidariedade que o mundo possa ter com o Brasil”, disparou.
Lula
O senador comentou a volta do presidente Lula ao cenário político nacional, com os direitos políticos plenamente restabelecidos. Depois de classificar as condenações contra o ex-presidente como maior escândalo jurídico do mundo, Carvalho afirmou que a anulação das condenações de Lula mexeu de forma decisiva com o Nordeste e com lideranças políticas em todo o país.
“O desejo de a gente ter alguém que não seja mais uma aventura, que as pessoas sabem qual é a sua capacidade, é um desejo muito latente, que é o Lula. Ele reaparece de forma a preencher todo o desalento, todo o desamparo, que os brasileiros de uma maneira geral, independentemente da região, estavam sentindo por parte desse governo que está aí no comando do país”, avaliou.
Inflação
Ao analisar o aumento dos preços de alimentos e dos combustíveis, o senador disse que a volta da inflação é reflexo de um governo fraco, submisso, incapaz de gerenciar a economia, sem nenhum compromisso com o setor produtivo e com o povo brasileiro e que se preocupa apenas com os operadores de mercado de capitais.
“Esse governo não tem nenhuma política para estoque de alimentos, para estoque de combustíveis, de estoque de nada. Ou seja, daquilo que a gente produz aqui não há nem controle do que é necessário para gente atender à demanda interna do país”, completou.
O Fórum Onde e Meia também entrevistou Erico Grassi, irmão de Rodrigo Pilha, que foi preso na semana passada após estender uma faixa com críticas a Jair Bolsonaro.
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