O cenário catarinense é de colapso no sistema hospitalar, fila de espera por UTI (414), contágio e mortes na semana, no maior patamar desde o início da pandemia, e falta de insumos. É um cenário de guerra. Está muito claro que a visão do governo estadual é de manter a estratégia atual: a regionalização das medidas, fiscalização e restrições no patamar em que estamos e até abrandamento, como nos finais de semana. O modelo adotado contraria o que afirmam os epidemiologistas.
Segundo eles, seria preciso parar um tempo, como pediu o Ministério Público (MP-SC), para achatar a curva de contágio, internações hospitalares, demanda por UTI e mortes. Foi feita uma escolha. Uma parada, lockdown total ou parcial não estão no radar do Poder Executivo para ocorrer em Santa Catarina. O governo se articulou e aprovou o que quis no Centro de Operações Emergenciais em Saúde (Coes). Ninguém defende mais restrições com alegria nos olhos. É absolutamente legítima a preocupação dos trabalhadores que temem perder o emprego e dos empresários.
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O que se vê no Estado é uma falta de coesão social. Fomos absolutamente incapazes de criar um plano que atenda à proteção à saúde e ao interesse econômico. A judicialização das regras cria uma confusão na população que fica sem saber, ao certo, o que está valendo e quais regras deve seguir.
Os estudos apontam que sem antes resolvermos a pandemia não se resolve a questão da economia. O setor privado e os trabalhadores precisam da compensação financeira proporcional às restrições. A tendência é que o Estado fique na oferta de crédito via Badesc ou BRDE como opção. Nem todos conseguem. Auxílio complementar ao trabalhador não terá. O secretário da Fazenda, Paulo Ely, diz que vivemos o pleno emprego e que importamos trabalhadores. Basta andar pelas cidades catarinenses para ver as fachadas: onde antes se via “contrata-se”, hoje o que se vê é “aluga-se”. A Abrasel informa que desde o início da pandemia 40% dos bares e restaurantes fecharam suas portas em Santa Catarina. São garçons, cozinheiros, auxiliares e pessoal de limpeza que não têm onde trabalhar. São os invisíveis para as autoridades.
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