Projeção indica aprovação do Aborto Legal na Argentina e feministas já comemoram
Será lei! O lema das feministas argentinas na campanha pelo projeto de lei de legalização do aborto no país estaria perto de se tornar realidade. A votação decisiva no Senado foi iniciada nesta terça-feira (29) e já invade a madrugada de quarta-feira, mas as projeções da imprensa local indicam que já existe maioria para sua aprovação.
Os votos decisivos teriam sido de três senadoras que até o início da jornada eram consideradas indecisas. Entre elas, Lucila Crexell e Silvana García Larraburu, que votaram contra o projeto em 2018, quando uma iniciativa similar aprovada anteriormente pelos deputados terminou sendo rejeitada na câmara alta argentina. A outra indecisa a votar a favor foi Stella Maris Olalla.
A projeção do diário La Nación indica que os senadores que declaram voto a favor seriam 37, enquanto os que indicam voto contrário seriam 32. Ainda há um voto indefinido (Alberto Weretilneck) e dois senadores que estão ausentes (entre eles o ex-presidente Carlos Menem), mas que poderiam aparecer a qualquer momento – muitos senadores participam da sessão de forma virtual.
Porém, o resultado final da sessão deve ser produzido entre as 3h e 4h, segundo previsões dos meios de comunicação locais. Se as projeções estiverem certas, o projeto seria aprovado e poderia ser sancionado pelo presidente Alberto Fernández em janeiro de 2021.
Vale lembrar que a projeção não inclui o voto da senadora Cristina Fernández de Kirchner. A ex-presidenta é também atual presidenta do Senado (além de vice-presidenta da Argentina) e só votará em caso de empate. Mas se considera como um voto a favor caso tenha que se manifestar.
A provável aprovação do projeto pode ser considerada também uma vitória do presidente Alberto Fernández, que prometeu aprová-lo durante a campanha presidencial de 2019.
Mas claro, as grandes vencedoras são as milhões de mulheres argentinas que se manifestaram a favor da medida nos últimos dez anos, apoiando ao menos três outras iniciativas que foram rejeitadas anterioremente, e que agora se reúnem massivamente do lado de fora do Congresso argentino, esperando a oficialização do resultado.