Visão de Fato – 30 de Dezembro de 2020
Reclamou no Twitter
Como vocês devem saber, a jornalista que denunciou a expansão do coronavírus na China, ainda em Wuhan, foi condenado pela justiça chinesa a quatro anos de prisão por causar problemas. Ao julgamento, não puderam assistir nem jornalistas, nem diplomatas estrangeiros.
No Brasil, também há um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que não se sabe do que as pessoas estão sendo acusadas. No Brasil a gente preza até gente que já foi condenada, mas tem quem não foi condenado formalmente e já está cumprindo pena. Até jornalista. Esse processo do Supremo é sigilo também, igualzinho ao da China.
Faz 28 anos que Collor foi impichado, foi impedido de continuar governando. Durante o julgamento, ele renunciou. Era uma tentativa de evitar que ele ficasse impedido de ocupar cargo público por oito anos, mas não funcionou.
Mesmo depois, no Supremo, quando ele foi absolvido por falta de provas, ele ficou afastado da política. Ele é senador agora, mas precisou esperar os oito anos para concorrer. No último julgamento que tivemos de impedimento, a presidente Dilma foi condenada, mas não ficou impedida de ocupar cargo público por oito anos, tanto que foi candidata ao Senado por Minas Gerais.
Tem uma ironia que foi revelada por um bate-boca entre o atual ministro da Justiça e o antigo ocupante do cargo. Sergio Moro postou numa rede social uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro pela demora da vacina contra a Covid-10.
O atual ministro, André Mendonça, respondeu que Moro não tinha moral para apressar alguém, porque ele mesmo não tinha cumprido o que se esperava dele. E ficou mais ou menos por isso.
Sabe-se que no dia 22 de abril, naquela reunião ministerial que era para ser fechada mas foi tornada pública por insistência de Sergio moro, o então ministro levou um pito do presidente. E ele não se manifestou. Foi cobrado, e a partir daquela cobrança, ele ficou magoado.
Para esclarecer o ponto básico da acusação de Sergio Moro: não depende do Presidente da República a vacina. O que depende do governo dele já foi feito: um contrato com Oxford, que ainda não apresenta o pedido. Faltam laboratórios produzirem a vacina, os produtores pedirem licença na Anvisa e a agência autorizar o uso do imunizante.
Por Marco Aurélio Candido