45% dos atendimentos do Samu na Capital são por acidentes de trânsito
Com uma média de 1.600 ocorrências atendidas por mês pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cerca de 45% são de traumas causados no trânsito. A afirmação é do médico cirurgião que faz parte da equipe de atendimento, Marcos Berti.
Segundo a responsável técnica do Serviço, Martha Cavalcante, em 2018 foram registrados 20.300 atendimentos. Destes, 2.200 foram acidentes de trânsito, e os horários de pico são quando mais acontecem, sendo a maioria pela manhã, entre 7h e 8h30. “É o horário que as pessoas estão atrasadas ou apressadas para chegarem no trabalho, e acabam causando o acidentes”.
A faixa etária das vítimas registradas pelo Samu é maioria de 26 a 40 anos de idade e, delas, a maior parte é do sexo masculino. À frente dos casos, estão os acidentes entre carro e moto, que em agosto foram 132. Já entre motocicletas o número foi de 29 acidentes. Entre carros o total registrado foi de 15 acidentes, e o total de atropelamentos no mesmo mês foi de 32.
“Há dias que em uma hora atendemos de 8 a 10 acidentes. Em dias de menos ocorrências a média é de 5 a 6 no mesmo espaço de tempo”, revela o médico do Samu, Marcos Berti.
Com sete ambulâncias disponíveis para o serviço, o Samu registra de 75 a 80 atendimentos em cada plantão de 24 horas. Durante o dia, também incluindo todos os serviços realizados, o número é de 40 a 60 atendimentos. Para acionar uma ambulância, a população deve ligar para o 192, e a chamada cairá diretamente na Central de Regulação Médica do próprio Samu.
Segundo Marcos Berti, ao ligar para a Central é preciso ter calma. “O técnico auxiliar de Regulação Médica atende e pega todos os dados do acontecimento, o que houve e o local. O técnico vai passar a ligação para o médico fazer o feed back com a pessoa para entender que tipo de ambulância vai deslocar, se uma de suporte avançado – que acompanha um médico, ou básico. Aí é acionado o regulador de frota que vai enviar a ambulância que estiver na vez da ocorrência”, explica.
O atendimento no local do acidente é medicina de trauma. “A maioria dos nossos médicos tem uma especialidade. Temos todo um aparato que favorece o atendimento. Quando se tem treinamento, tudo flui mais fácil. A maior dificuldade é querer vencer a morte e não conseguir, não pela falta de atributo profissional, mas pela gravidade da situação do paciente. Isso aí que nos deixa tristes por querer vencer e a vítima acabar morrendo. No mais, nossa equipe é bem preparada, não só na parte clínica como intensiva”, conta o médico.
No deslocamento, Berti diz que os condutores no trânsito já tem mais consciência quanto à abertura necessária para a passagem da ambulância, respeitando os sinais sonoros e luminosos. “Antes era mais difícil. Com a informação chegando mais facilmente para as pessoas, o observatório de mídia e a imprensa sempre reportando sobre esse tema, as pessoas começaram a mudar esse comportamento”.
RESGATE DOS BOMBEIROS
Segundo o tenente Bombeiro Militar Héliton Buratti, com o período de seca e muitas ocorrências de queimadas e incêndios, apenas uma ambulância Resgate do Corpo de Bombeiros está atendendo na capital, já que a maior parte do efetivo está voltado para atender a esses chamados.
A corporação conta com mais duas viaturas, sendo uma reserva para atender Candeias do Jamari e Guajará Mirim. “Se quebra uma ambulâncias em uma dessas duas cidades nós enviamos a nossa reserva para eles usarem até que a deles seja consertada”.
O tenente diz que a média por dia de atendimento é de três a quatro acidentes, que são chamados via rádio pelo Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), 190 ou 193.
“Nos horários de pico com o trânsito caótico, nosso tempo de deslocamento pode chegar até seis minutos em perímetro urbano, mas a média fora desses picos é de três a quatro minutos. Em casos mais graves, que precisam de um médico ou enfermeiro no local, os nossos socorristas fazem os primeiros socorros e acionam o Samu para esse tipo de atendimento”.
Fonte:SECOM